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Fidel discursa no ato pelos 50 anos dos comitês de defesa da revolução

O líder cubano Fidel Castro pronunciou nesta terça-feira (28/9) um discurso durante o ato público em comemoração pelo 50o. aniversário dos ;CDR;, comitês de bairro que fundou para vigiar e defender a revolução.

Ante cerca de 20.000 seguidores, o líder comunista citou trechos de seu discurso na ocasião em que fundou "um sistema de vigilância coletiva revolucionária".

"Não hesito em proclamar que cumprimos e vocês continuarão a cumprir com a promessa daquela noite eterna", afirmou Fidel, ao concluir sua intervenção de quase duas horas, entre ovações dos membros dos CDR.

O máximo líder da revolução compareceu ao festejo acompanhado por sua esposa Dalia Soto del Valle, o vice-presidente José Ramón Machado e outros altos dirigentes do governo, mas seu irmão, o presidente Raúl Castro, não compareceu.

Durante o ato, transmitido para toda a ilha, Fidel acusou os Estados Unidos de levar o mundo à beira da "hecatombe nuclear" se atacar o Irã, e criticou o capitalismo por não ter "moral, decência ou ética".

Sua intervenção desta terça, na qual leu por uma hora e meia e improvisou por 30 minutos, foi a segunda em um ato de grande participação popular ao ar livre desde que reapareceu em julho.

O ato foi realizado frente ao Museu da Revolução, antigo Palácio Presidencial, onde, em 28 de setembro de 1960, Fidel anunciou a criação dos Comitês de Defesa da Revolução (CDR), num momento em que o país era sacudido por atentados, depois de sua chegada ao poder em 1o. de janeiro de 1959.

Considerados os "olhos e os ouvidos da revolução", os CDR são a maior organização de massas da ilha comunista e estão integrados por 8,4 milhões de cubanos maiores de 14 anos, de uma população de 11,2 milhões.