Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lançou nesta sexta-feira, a dois dias das eleições legislativas, um cartão de crédito popular para compras nas redes estatais de abastecimento.
O cartão, chamado de "cédula do bem viver", permitirá "combater a especulação e criar uma cultura do consumo necessário", disse Chávez.
"Isto faz parte de uma batalha cultural. Não é apenas um cartão para a compra de alimentos, mas servirá também para o turismo barato".
Chávez explicou que o cartão comprará alimentos e eletrodomésticos na rede estatal de abastecimento Bicentenário, formada pelos antigos supermercados Exito e Cada, expropriados no início do ano pelo governo e agora integrados à Corporação de Mercados Socialistas (Comerso).
Cada cartão financiará um valor entre mil bolívares (385 dólares à taxa de 2,6 bolívares ou 230 dólares à taxa de 4,3) e 3 mil bolívares (1.150 dólares ou 700 dólares), a uma taxa de juros de 15% a 24 meses, contra a taxa de 29% dos cartões normais.
A Venezuela tem duas taxas de câmbio: 2,60 para produtos de primeira necessidade, e 4,30 para os demais produtos.
No palácio presidencial de Miraflores, Chávez entregou cartões a um grupo de funcionários públicos, destacando que a iniciativa é dirigida "aos mais pobres".
No próximo domingo, 17,7 milhões de venezuelanos elegerão 165 deputados para a Assembleia Nacional (Parlamento), que desde 2005 é dominada pelos chavistas.