United Nations - O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, disse nesta sexta-feira (24/9) que a ONU deveria investigar a "verdadeira razão" por trás dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, reforçando as declarações feitas em discurso, na véspera, na Assembleia Geral da organização, sobre o envolvimento do governo americano nos atentados.
"Não faço um julgamento, mas simplesmente apresento propostas para uma solução humana para os problemas que surgiram como resultado do 11 de setembro", disse Ahmadinejad, em entrevista coletiva. "Nós também queremos chamar a atenção para as centenas de milhares de pessoas inocentes da nossa região que foram mortas como resultado do 11 de setembro", afirmou.
Durante a entrevista em Nova York, onde ficavam as torres-gêmeas do World Trade Center, Ahmadinejad não tentou voltar atrás nos comentários que o colega americano, Barack Obama, chamou de "odiosos".
O líder iraniano convocou as Nações Unidas para investigar os atentados de 2001 em que quase três mil pessoas morreram, quando aviões comerciais foram sequestrados e lançados contra o World Trade Center, o Pentágono e um campo na Pensilvânia.
"Eu não estou fazendo um julgamento, mas vocês não sentem que chegou a hora de se criar um comitê investigativo?", questionou Ahmadinejad, defendendo o discurso feito na véspera.
"Um evento ocorreu e sob o pretexto daquele evento, dois países foram invadidos e, consequentemente, centenas de milhares de pessoas foram mortas. Vocês não acham que esta desculpa deve ser revista?", acrescentou, referindo-se aos conflitos no Afeganistão e no Iraque, que se seguiram aos ataques da rede terrorista Al-Qaeda aos Estados Unidos. "Vocês não acham que se uma missão investigativa tivesse sido criada desde o princípio para explorar as verdadeiras razões por trás do 11 de Setembro, nós veríamos a catástrofe no Afeganistão e no Iraque que vemos hoje?", continuou. "Por que vocês entendem que todas as nações devem aceitar o que o governo americano diz a elas?", concluiu.
Nessa quinta-feira, em discurso à Assembleia Geral da ONU, o presidente iraniano casou a revolta das delegações americana e europeias, que deixaram o plenário, ao afirmar que existe uma teoria segundo a qual alguns segmentos dentro do governo americano orquestraram os atentados para recuperar a economia americana, o domínio do país no Oriente Médio, bem como para salvar o regime sionista.
"A maioria do povo americano, bem como outras nações e políticos concordam com este ponto de vista", afirmou.