Maputo (Moçambique) - O governo de Cabo Verde vai instituir o sistema pré-pago para racionalizar o uso da energia elétrica nos edifícios públicos. Um teste já foi feito na capital Praia e, até o fim do ano, será expandido para 500 locais em todo o arquipélago. No projeto-piloto, 100 medidores foram instalados em repartições públicas. ;Este tipo de sistema estimula o uso racional de energia, permitindo aos responsáveis pelos serviços administrativos do Estado uma gestão mais fácil da despesa e maior transparência e qualidade de serviço;, diz um comunicado do Ministério do Turismo, Indústria e Energia de Cabo Verde.
Segundo o Presidente da Elektra, Antão Fortes, empresa de eletricidade e água que participou do estudo-teste, já há interesse de várias repartições públicas em implantar o sistema. Fortes disse à TV pública caboverdiana que ainda não há previsão de quando a sociedade civil poderá optar pelo serviço pré-pago de distribuição de energia, como já ocorre em outros países.
Em Moçambique, o sistema pré-pago (conhecido como ;credelec;) é muito comum. O consumidor compra créditos nos postos da empresa estatal Electricidade de Moçambique e insere os números em um terminal dentro de casa, como se digitasse a senha em uma caixa eletrônica de banco. Um marcador indica os quilowatts/hora (kWh) disponíveis, que diminuem à medida que são usados. O sistema calcula o uso mensal de cada casa e acende uma luz amarela quando o crédito atinge o equivalente ao consumo de uma semana. A luz passa para cor vermelha quando o prazo cai para 24 horas. Ao final dos créditos, a energia é imediatamente cortada.
Desde o ano passado, Cabo Verde vive episódios de falta de energia. Segundo a empresa Elektra, por avaria nos equipamentos. O país vai começar em breve a construir quatro parques eólicos (que transformam a força dos ventos em energia elétrica) nas ilhas de Santiago, São Vicente, Boavista e Sal, orçados em R$ 170 milhões, além de dois parques fotovoltaicos (que geram eletricidade a partir da energia solar).