Nova York - A cientista paquistanesa Aafia Siddiqui foi condenada nesta quinta-feira (23/9) por um tribunal federal de Nova York a 86 anos de prisão por ter tentado atirar em militares americanos depois de ter sido detida no Afeganistão.
"Siddiqui foi condenada a 86 de anos de prisão", afirmou o juiz Richard Berman.
Aafia Siddiqui, de 38 anos, criticou a realização do processo judicial e considerou que apelar seria "uma perda de tempo". "Apelo a Deus", acrescentou.
A especialista em neurociência, que estudou nos Estados Unidos no prestigioso Massachusetts Institute of Technology (MIT), tinha sido declarada culpada em fevereiro de ter tentado matar soldados americanos no Afeganistão em 2008.
Pouco depois da detenção em julho de 2008 por supostas ligações com a Al-Qaeda, ela foi visitada por oficiais americanos e por agentes do FBI. Siddiqui tomou a arma de um deles e atirou duas vezes sem ferir ninguém. Um dos oficiais respondeu e a feriu no peito.
Siddiqui corria risco de ser condenada à prisão perpétua. A Procuradoria a descreveu como uma terrorista potencial, que queria colocar uma bomba em Nova York.
Aafi Siddiqui se declarou inocente. Seu advogado tentou provar que não tinha faculdades mentais suficientes, mas um juiz considerou que não sofria de nenhuma desordem psíquica e a declarou apta a ser condenada.
A mulher, de aspecto frágil, estava em 2004 em uma lista oficial americana de pessoas suspeitas de manter vínculos com a Al-Qaeda.