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Mundo deve fazer mais para atingir Metas do Milênio, diz Obama

O presidente americano, Barack Obama, pediu nesta quarta-feira (22/9) ao mundo um esforço adicional pelo desenvolvimento global, estimulando o crescimento para cumprir as Metas do Milênio em 2015.

"Depois de 10 anos, e faltando cinco para que se complete o prazo fixado para nossas metas, temos que fazer o melhor", disse Obama, ao discursar na ONU durante a cúpula sobre as Metas do Milênio.

Entre os objetivos estabelecidos pela ONU em 2000, estão a redução da pobreza mundial à metade até 2015, assim como reduzir a mortalidade infantil e materna, e garantir o acesso universal ao ensino primário.

"Se a comunidade internacional continuar fazendo as coisas como antes, não vamos cumprir muitas das metas de desenvolvimento", advertiu Obama.

O presidente assegurou que os "Estados Unidos estão mudando sua forma de fazer as coisas". Explicou que isso implica "mudar a forma com a qual definimos desenvolvimento" e "a forma com a qual vemos as metas do desenvolvimento".

"Para impulsionar essa transformação, estamos colocando uma nova ênfase na força mais poderosa que o mundo dispõe para erradicar a pobreza e criar oportunidades", disse Obama. "É a força que elevou os padrões de vida do Brasil à Índia". "A força da qual estou falando é o crescimento econômico com base ampla", declarou.

Desenvolvendo a linha esboçada na véspera pela chanceler alemã Angela Merkel, Obama voltou à ideia de que a ajuda aos países pobres - que os Estados Unidos continuarão dando, esclareceu - não é uma panaceia.

"Nossa ênfase na ajuda salvou vidas no curto prazo, mas nem sempre melhorou as sociedades no longo prazo", explicou.

Por exemplo, disse que no lugar de fornecer diretamente assistência, mediante esse novo enfoque os Estados Unidos "estão ajudando países como Guatemala, Ruanda e Bangladesh a desenvolver sua agricultura".

Obama completou que cada país é livre para escolher seu caminho. "Os dias em que as políticas de desenvolvimento eram desenhadas em capitais estrangeiras acabaram", completou.

No entanto, completou, "décadas de experiência nos ensinaram que há certos ingredientes dos quais dependem um desenvolvimento duradouro e um crescimento sustentável".

Informou que a prosperidade passa pelo impulso à produção, ao investimento em infraestrutura e à expansão do comércio, mas também pela governabilidade e as políticas democráticas e contra a corrupção.

Por outro lado, Obama disse que os Estados Unidos darão prioridade em suas relações "aos países que estejam dispostos a liderar" em termos de desenvolvimento.

Segundo o presidente americano, "em nossa economia global, os avanços nos países mais pobres podem fortalecer a prosperidade e a segurança de outras pessoas muito além de suas fronteiras".

Obama disse que a pobreza gera também insegurança para os países ricos. "Quando milhões de pais não podem dar sustento a suas famílias, isso alimenta a frustração que estimula a instabilidade e o extremismo violento".

A intervenção do presidente americano ocorreu no terceiro e último dia da cúpula, concluída nesta quarta-feira com uma declaração final na qual os líderes do mundo consideram realizáveis as Metas do Milênio, mas advertem que ainda resta muito a fazer para alcançá-las até 2015.