Brasília - Na 65; Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, fez críticas nessa terça-feira (21/9) aos países ricos que, segundo ele, não colaboram o suficiente para a redução da pobreza e da fome no mundo. Ele elogiou, porém, as iniciativas do Brasil e de outros países para combater os problemas sociais. Alertou ainda que há ameaças de ;agressão militar; ao Irã.
;Os fatos falam por si;, disse o chanceler. ;Como resultado, há a vergonha de reconhecer que o número de pessoas vivendo na pobreza extrema cresceu em 36 milhões, de 1990 a 2005, e o número de pessoas com fome no mundo aumentou em 842 milhões, no período entre 1990 e 1992. Pelo menos dois milhões de pessoas sofrem de deficiências nutricionais;, afirmou.
Segundo o ministro, é necessário reagir e cobrar ações da comunidade internacional. ;Perguntamos, então, o que estamos fazendo em termos de cooperação internacional?;, reagiu. ;Estamos discutindo metas de desenvolvimento, mas devido à falta de vontade política dos países desenvolvidos não se pode sequer chegar a compromissos substanciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa que ameaçam o clima de equilíbrio do planeta e que são a ameaça mais abrangente para a sobrevivência da nossa espécie;.
Repetindo o discurso recente do ex-presidente Fidel Castro, que reitera a preocupação com uma eventual guerra nuclear, Parrilla mencionou o caso do Irã. ;Que esperança podemos ter para atingir as metas até 2015 (como está fixado pelas Nações Unidas sobre vários temas) se, como Fidel Castro alerta, aumentam as referências à possibilidade de agressão militar contra o Irã, podendo causar milhares de mortes e afetar bilhões de pessoas, agravando a fome e a pobreza no mundo?;.
Para o chanceler, os países mais desenvolvidos não estão empenhados o suficiente para atingir as chamadas Metas do Milênio no combate à pobreza, fome, emissão de gases de efeito estufa, entre outros temas.
;Temos uma uma convicção profunda de que a espécie humana para sobreviver terá de construir uma nova ordem internacional política e econômica, baseada em princípios de solidariedade, justiça social, equidade e respeito pelos direitos dos povos e de cada ser humano. Ainda é possível fazer combinando vontades;, disse Parrilla.