Um alto negociador americano sobre assuntos climáticos advertiu, esta terça-feira (21/9), contra a expectativa de que se chegue a um acordo vinculante sobre as emissões de gases-estufa, responsabilizadas pelo aquecimento global, durante conferência das Nações Unidas sobre o Clima, em Cancún, México, no fim deste ano.
O enviado especial dos Estados Unidos sobre mudanças climáticas Todd Stern disse, após reunião de alto nível em Nova York que, ao contrário, os países buscarão progredir em "decisões" não vinculantes durante as negociações no México, as quais, segundo alguns especialistas, produzirão um novo estancamento.
"Ninguém está antecipando ou esperando, de forma alguma, que se chegue a um tratado legal em Cancún, este ano. O foco neste momento está em um conjunto de decisões sobre os assuntos básicos", disse Stern após conversas celebradas esta segunda e terça-feiras com outros 17 países responsáveis por 80% das emissões de carbono.
O Fórum das Principais Economias sobre Energia e Clima foi impulsionado pelo presidente americano, Barack Obama, para facilitar as negociações após a decepção da cúpula de Copenhague, no ano passado.
"As expectativas não são altas demais, mas tampouco são baixas", disse Stern, resumindo o estado de ânimo dos negociadores frente à conferência de Cancún, que será celebrada entre 29 de novembro e 10 de dezembro.
O negociador acrescentou que as conversas em Nova York revelaram "um amplo acordo sobre a importância de se conseguir progressos em Cancún" na mitigação das mudanças climáticas e no financiamento aos países em desenvolvimento para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Representantes de Brasil, Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, China, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos participaram do encontro celebrado em Nova York.