O primeiro-ministro da Somália, Omar Abdirashid Sharmarke, anunciou nesta terça-feira (21/9) que renunciou ao cargo para dar fim às atuais divisões no comando do governo de transição somali (GTS).
"Renuncio a minhas funções de primeiro-ministro do GTS, dada a incapacidade de trabalhar com o presidente do GTS, o xeque Sharif Ahmed", anunciou Shamarke aos deputados em Mogadíscio.
Sharmarke pediu também que todos os ministros de seu governo "trabalhem com o presidente e com o Parlamento somali".
O GTS, cuja autoridade no país se limita a alguns bairros de Mogadíscio frente aos insurgentes islamitas shebab, está paralisado há várias semanas devido a profundas divisões entre Sharmarke e o chefe de Estado.
Estas divisões estão relacionadas sobretudo a três temas principais: a futura Constituição, a segurança e o fim do período de transição, explicou Sharmarke domingo à AFP.
A ONU e a União Africana (UA) estavam preocupadas com essas divisões no Executivo somali, que enfraquecem ainda mais um governo apoiado inicialmente pela comunidade internacional.
A renúncia ocorre dez dias depois de uma violenta ofensiva dos shebab em Mogadíscio, que terminou com a debandada das forças do governo.
Só a presença de 7.200 soldados ugandenses e burundineses das forças de paz da União Africana (Amisom) conseguiu conter o ataque, e a situação é precária na capital somali, onde os combates são travados diariamente.