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Jornal Le Monde abre processo contra Promotoria de Paris

Paris - O jornal francês Le Monde apresentou uma queixa contra a Promotoria de Paris por violação do sigilo das fontes jornalísticas durante as investigações do escândalo político-fiscal sobre a herdeira da L;Oréal, que envolve o ministro de Trabalho, Eric Woerth.

Na edição desta terça-feira (21/9), o jornal francês afirma que os advogados "apresentaram na segunda-feira uma queixa contra X (...) por violação do sigilo das fontes no caso Woerth-Bettencourt".

O Le Monde apresentou queixa como anunciou há uma semana, quando acusou a Presidência francesa de ter "utilizado o serviço de contraespionagem para identificar uma fonte do Le Monde".

A queixa é referente à "violação do sigilo das fontes, previsto pela lei de 4 de janeiro de 2010 (...) e à violação de vários artigos do código penal", indica o jornal em um artigo assinado pela vice-diretora Sylvie Kauffmann.

O diário lembra que, tanto o diretor-geral da Polícia Nacional, Frederic Pechenard, como o chefe da Direção Central de Inteligência Interna (DCRI), Bernard Squarcini, "reconheceram desde 13 de setembro a intervenção dos serviços para tentar identificar as fontes de informações reveladas pelo Le Monde no dia 18 de julho".

No mesmo dia em que o Le Monde denunciou a intervenção do Eliseu, a Presidência francesa desmentiu essas acusações.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com sede em Paris, anunciou nesta terça-feira que se juntará ao processo aberto pelo Le Monde, que na semana passada recebeu também o apoio da Federação Europeia de Jornalistas (FEP), que representa 250 mil jornalistas de 30 países.

Woerth é suspeito de conflito de interesses do caso político-fiscal em torno da herdeira de L;Oréal, Liliane Bettencourt, terceira maior fortuna da França, sobre quem pesam suspeitas de fraude fiscal e financiamento ilegal de partido político.