Viena - O Irã modificou os parâmetros para um eventual acordo de troca de combustível nuclear, e qualquer negociação deverá levar em consideração as novas condições, anunciou um representante do governo dos Estados Unidos.
Em resposta ao diretor do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, que pediu nessa segunda-feira (20/9) o reinício sem demora do diálogo sobre uma troca de combustível, o secretário de Energia americano, Steven Chu, e o adjunto, Dan Poneman, afirmaram que a bola está do lado iraniano.
Em 2009, Estados Unidos, Rússia e França, com a mediação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apresentaram uma proposta de troca de 1.200kg de urânio levemente enriquecido por combustível com alto índice de enriquecimento para um reator de Teerã com fins médicos.
Mas o Irã não respondeu à oferta e em maio concluiu um acordo com Brasil e Turquia. "Não aceitaram nossa oferta e desde então ocorreram muitas coisas que mudaram a situação", declarou Poneman à margem da assembleia geral da AIEA, que vai até 24 de setembro em Viena.
Segundo a AIEA, o Irã deu sequência ao enriquecimento de urânio, aumentou o estoque de urânio pouco enriquecido e iniciou o processo de enriquecimento com um nível de pureza maior, desafiando as resoluções e as sanções do Conselho de Segurança da ONU.
"Parece-nos muito importante a abordagem de uma série de temas mais amplos, como as condições de segurança debatidas no grupo 5 1", completou Poneman, em referência às conversações de Genebra entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia) e a Alemanha.
Representantes do 5 1 se reunirão nesta quarta-feira em Nova York à margem da Assembleia Geral da ONU, que tem a participação do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, cujo país suspendeu o diálogo após a aprovação em junho de novas sanções nas Nações Unidas.
A comunidade internacional acusa o Irã de tentar produzir armas atômicas sob a fachada de um programa nuclear civil, algo que Teerã sempre negou.