Praga - O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, afirmou nesta segunda-feira (20/9) em Praga que a ideia de "troca de territórios e habitantes" a respeito dos árabes israelenses é uma "opinião pessoal" e não reflete a posição do governo.
"Quero destacar que se trata apenas de minha opinião pessoal. Não é a posição oficial de nosso governo", declarou Lieberman à imprensa, depois de um encontro com o colega tcheco, Karl Schwarzenberg.
Lieberman, líder do partido ultranacionalista Israel Beitenu, afirmou no domingo à rádio militar israelense que as negociações com os palestinos "não deveriam ter como base o princípio da terra em troca da paz, e sim da troca de territórios e habitantes".
O chanceler defendeu a ideia de uma troca de territórios habitados por árabes israelenses por setores da Cisjordânia. Desta forma ele deseja obter uma "separação" máxima entre judeus e árabes e converter Israel em um Estado "etnicamente homogêneo".
"Eu não acredito que a ideia de constituir um Estado palestino homogêneo sem um só judeu, enquanto Israel se converte em um Estado binacional no qual as minorias representam mais de 20%, possa ser a longo prazo uma solução real e estável", insistiu Lieberman em Praga.
O chanceler israelense acusa uma parte da minoria árabe israelense - descendentes de palestinos que permaneceram em suas terras depois da criação do Estado hebreu em 1948 e que representam quase 20% da população total de Israel - de constituir um perigo para a segurança do país.
Em uma entrevista ao jornal Haaretz, a deputada árabe israelense Hanin Zoabi qualificou de "racista" a visão de Lieberman.