Um novo capítulo na história do Camboja teve início nesta quinta-feira (16/9), com a convocação perante o tribunal internacional de quatro ex-dirigentes do regime do Khmer Vermelho (1975-79), que serão acusados de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
A data do julgamento ainda não foi definida, mas o início do processo, que deve durar meses, está previsto a princípio para 2011.
O ideólogo do regime de Pol Pot, o "Irmão Número Dois", Nuon Chea, e o ex-ministro das Relações Exteriores, Ieng Sary, "Irmão Número Três", responderão por seus atos no regime comunista, responsável pela morte de aproximadamente duas milhões de pessoas.
Khieu Samphan, presidente da "Kampuchea Democrática", e Ieng Thirith, Ministro de Assuntos Sociais do regime, também serão julgados pelos mesmos crimes.
O tribunal decidiu "convocar os quatro acusados para julgá-los", indicou o juiz You Bunleng.
Os ex-dirigentes do Khmer Vermelho estão detidos em uma prisão adjacente à corte desde 2007, e negam seu envolvimento nas ondas de fome, trabalhos forçados, torturas e massacres que dizimaram a população em nome de uma delirante utopia marxista.