Bruxelas - Os dirigentes dos 27 países da União Europeia pretendem pedir nesta quinta-feira (16/9) a Israel o prolongamento da moratória da colonização na Cisjordânia, que terminará no fim de setembro, segundo um projeto de declaração ao qual a AFP teve acesso.
"A União Europeia considera indispensável que as duas partes deem uma prova de calma e de retidão, e evitem atos que possam ter um impacto negativo sobre o avanço das negociações", ressalta o documento que deve ser oficializado pelos dirigentes da UE durante uma reunião de cúpula nesta quinta-feira em Bruxelas.
"Nesse contexto, ela lembra que as colônias são ilegais em virtude do Direito Internacional e, para garantir que essas negociações sejam realizadas de maneira construtiva, pede um prolongamento da moratória decidida por Israel", acrescenta o projeto de declaração.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez com que essa moratória fosse estabelecida em 25 de novembro de 2009, com uma duração de dez meses, diante da insistência de Washington, que a considerava necessária para uma retomada das negociações de paz, finalmente relançadas em 2 de setembro de 2010 em Washington.
A data exata da expiração gerou polêmica. As autoridades políticas israelenses e as organizações de colonos mencionam a data de 26 de setembro, enquanto o Exército israelense indica 30 de setembro como data limite.
A moratória é referente aos assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de 300 mil colonos israelenses, mas deixa de fora as milhares de obras iniciadas antes da instituição e a construção de prédios públicos, como escolas e sinagogas.
Nesta quarta-feira (15/9), o presidente palestino Mahmud Abbas reiterou a sua ameaça de abandonar as negociações de paz com Israel se a colonização judaica for mantida, ao término de uma série de discussões trilaterais em Jerusalém com a secretária de Estado americana Hillary Clinton.