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Negociação de paz em Jerusalém ocorre em meio a ataques entre Gaza e Israel

Jerusalém - O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o líder palestino Mahmud Abbas se reuniram novamente nesta quarta-feira (15/9), desta vez em Jerusalém, com Hillary Clinton para dar prosseguimento às negociações, consideradas ;sérias; por Washington, enquanto Israel atacava túneis em Gaza em represália a disparos de foguetes.

Paralelo a isso, um palestino morreu e dois ficaram feridos em ataques aéreos israelenses contra túneis usados para contrabando próximo a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas.

Os ataques foram executados em represália aos disparos de um foguete e de oito obuses de morteiro a partir do território palestino contra o sul de Israel em 24 horas, segundo o Exército israelense. Os disparos não deixaram vítimas nem causaram danos materiais.

O Exército israelense atribuiu a intensificação dos ataques, reivindicados em grande parte por grupos armados radicais, à liberdade concedida, segundo ele, pelo Hamas aos braços militares de outros movimentos para as ações contra Israel.

A chefe da diplomacia americana Hillary Clinton, procedente de Sharm El Sheik, no Egito, onde realizou a última rodada de negociações, começou uma longa jornada na cidade sagrada, coração do conflito, com um encontro com o presidente israelense Shimon Peres.

Depois se reuniu com os ministros israelenses das Relações Exteriores e da Defesa, Avigdor Lierberman e Ehud Barak, e também com o primeiro-ministro palestino Salam Fayad.

Netanyahu e Abbas são "sérios no compromisso de chegar a um acordo", assegurou após o encontro com Peres.

"Começam a abordar os pontos essenciais e já começaram a debater questões-chave (...) Já é hora de ser assim, e eles são os dirigentes que os Estados Unidos apoiarão para que tomem decisões difíceis", disse. "Ontem, em Sharm El Sheik, era um começo. Tentamos fazer o que era possível. Precisamos ser sérios para alcançar a paz, os perigos são sérios. Podemos e devemos conseguir", insistiu Peres.

À tarde, Hillary se reuniu com Netanyahu antes de uma nova sessão de negociações trilaterais na residência deste com a presença do presidente palestino Mahmud Abbas.

É a primeira visita a Jerusalém do presidente da Autoridade Palestina desde a chegada ao poder do líder da direita israelense em abril de 2009.

Segundo o emissário americano para o Oriente Médio, George Mitchell, os encontros de Sharm El Sheik permitiram a ambas partes "realizar negociações sérias sobre questões de fundo".

Entre os principais temas do conflito estão as fronteiras de um futuro Estado palestino, a segurança de Israel, o futuro dos refugiados palestinos, o estatuto de Jerusalém e a colonização israelense no território palestino da Cisjordânia, ocupado por Israel após a guerra de 1967.

Esse último ponto é o mais complicado a curto prazo, na medida em que restam menos de duas semanas para que expire (em 26 de setembro) o prazo do congelamento parcial da colonização nos territórios palestinos ocupados por Israel.

Os israelenses afirmaram que não queriam prolongar a moratória, enquanto os palestinos consideram inútil negociar se as construções forem retomadas.

Os Estados Unidos indicam que um prolongamento da moratória é "lógico".

Por outro lado, o porta-voz do governo israelense Mark Reguev confirmou ontem que Netanyahu preparava um acordo que seria aplicado a longo prazo, uma opção rejeitada pelos palestinos, descontentes com acordos interinos.

Segundo a televisão pública israelense, Netanyahu poderá viajar no domingo a Washington para se reunir com importantes autoridades americanas.