Londres - A Anistia Internacional (AI) criticou nesta quarta-feira (8/9) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela decisão de renovar as sanções contra Cuba, com base na Lei de Comércio com o Inimigo, que descreveu como "ineficaz e prejudicial".
A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres recordou que pediu repetidamente a Obama que não renovasse a lei de 1963, prorrogável a cada ano e que, atualmente, só se aplica a Cuba, e desse fim ao embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha, em carta datada de 12 de agosto.
"A Anistia Internacional seguirá instando a revogação de uma postura antiquada, adotada durante a Guerra Fria, que demonstra ser prejudicial para o usufruto dos direitos humanos tanto para os cidadãos cubanos quanto para os americanos", afirmou.
A organização reitera, por outro lado, que "o governo cubano utilizou repetidamente o embargo como justificativa para manter as restrições à liberdade de expressão, associação e reunião", o que, segundo ela, levou ao assédio de jornalistas, dissidentes e militantes pró-direitos humanos.
A Anistia destaca, ainda, que em um relatório publicado em 2009, intitulado "O embargo americano contra Cuba: o impacto nos direitos econômicos e sociais", concluiu que as sanções impostas em 1962 afetavam negativamente o acesso dos cubanos a medicamentos e tecnologia médica, e colocava em risco a saúde de milhões de pessoas.
Por último, insta aos membros do Congresso a "reduzirem o impacto negativo do embargo", aprovando dois projetos de lei que flexibilizariam as sanções, o que segundo ela representaria "um passo na direção certa".
Desde que chegou ao poder, no começo de 2009, o governo Obama abrandou as restrições para os cubano-americanos e, segundo a mídia americana, estudaria amplicar as possibilidades de viagens à ilha por razões acadêmicas, culturais ou esportivas, voltando à situação de antes da promulgação da lei denominada Helms-Burton (1996).