Resgatar os 33 mineiros custará muitos milhões de dólares, mas é um "imperativo moral salvá-los", disse à AFP o ministro das Minas chileno Laurence Golborne, acrescentando que o pior seria uma emergência médica a 700 m de profundidade.
- Quanto custará o resgate dos mineiros?
- Vários, vários milhões de dólares, mas essa informação só foi passada ao presidente da República (Sebastián Piñera) e ele decidirá se em algum momento a tornará pública. Quero dizer, além disso, que temos tentado maximizar o uso dos recursos. Mas em todo o caso isso não importa, porque nada pode pagar o valor de uma vida.
- Mas vocês, como governo, avaliaram a oportunidade de quantas outras vidas poderiam salvar com esse mesmo dinheiro aplicado a outra situação?
- Sim, isso foi avaliado. E chegamos à conclusão de que era um imperativo moral salvar estas pessoas.
- Quais são as possibilidades de que eles morram?
Talvez o risco mais importante é do ponto de vista médico. Se acontecer uma emergência eles estão isolados lá embaixo.
Um problema de saúde que para qualquer de nós na superfície é relativamente trivial, como por exemplo uma apendicite, para eles seria gravíssimo, porque estão a 700 metros de profundidade e não podemos enviar-lhes um médico. Assim, estamos cruzando os dedos para que nada ocorra de grave nesse sentido.
Os 33 mineiros - 32 chilenos e um boliviano - foram isolados durante um desabamento no dia 5 de agosto na mina San José, que fica a 800 km ao norte de Santiago, no deserto de Atacama. Depois de 17 dias foi conseguido estabelecer um contacto com eles, confirmar que estavam vivos e começar a comunicação, além de enviar-lhes alimentos, abrigo e até entretenimento.
Três máquinas perfuratrizes - duas delas já operando - trabalham na perfuração do duto que permitirá o resgate dos mineiros, previsto para um prazo de entre três a quatro meses mais.