Jornal Correio Braziliense

Mundo

Barack Obama quer investir 50 bilhões de dólares em infraestrutura

O presidente americano Barack Obama apresentará nesta segunda-feira (6/9) um plano com o objetivo de dedicar pelo menos 50 bilhões de dólares a obras de infraestrutura nas estradas, nos aeroportos e ferrovias para fortalecer uma recuperação da economia ainda tímida, a dois meses das eleições legislativas de metade do mandato.

Para fazer o anúncio, o presidente foi nesta segunda-feira ao coração da América, Milwaukee (Wisconsin, norte), no momento em que seus aliados democratas do Congresso em plena campanha eleitoral têm dificuldades para convencer os eleitores ainda afetados pela recessão.

O partido do presidente, em queda livre nas pesquisas, poderá sofrer fortes perdas durante a votação de 2 de novembro, quando um terço dos assentos do Senado e todos os da Câmara devem ser renovados.

O presidente discursará durante uma reunião sindical por ocasião da Festa do Trabalho, que marca tradicionalmente o início da campanha para as eleições legislativas.

Classificando o novo plano de "audacioso", uma autoridade da Casa Branca que pediu para não ser identificada, indicou que os recursos serão disponibilizados imediatamente e que investimentos significativos serão feitos a partir do primeiro ano.

O plano, que terá uma duração total de seis anos, prevê a construção e a reforma de estradas, ferrovias e aeroportos.

O objetivo de Obama é estimular uma economia americana ainda moribunda, com uma taxa de desemprego estagnada em 9,6% da população economicamente ativa, segundo dados oficiais divulgados na semana passada.

Mas, para que esses 50 bilhões sejam efetivamente liberados, o plano deve ser aprovado pelo Congresso. Então, é pouco provável que os políticos o examinem antes das eleições de novembro.

Além disso, os adversários republicanos de Obama, opositores ferrenhos do plano de resgate de cerca de 800 bilhões de dólares do presidente aprovado pelo Congresso em 2009, deverão sem dúvida se empenhar ao máximo para combater o novo projeto.

O governo indica que trabalhará com o Congresso para que as despesas sejam cobertas, reduzindo orçamentos em outras áreas.

Levando-se em consideração a situação orçamentária americana e a falta de entusiasmo em Washington com legislações caras, a algumas semanas das eleições, a Casa Branca assegurou que não tem um novo grande plano de relançamento como o votado em 2009 pelo Congresso.

Devido a este panorama, os adversários republicanos de Obama repetem à exaustão que o plano de relançamento foi um grande desperdício de dinheiro público que não gerou frutos.

Ante a críticas contínuas, Obama e seus aliados democratas ressaltam que herdaram dos oito anos de governo republicano de George W. Bush uma situação econômica catastrófica que causou a maior crise depois da dos anos 1930.

Obama também irá nesta semana a Ohio (norte), um outro Estado fortemente afetado pela crise. Na quarta-feira, em Cleveland, ele deverá anunciar incentivos fiscais para as pequenas empresas num valor de 100 bilhões de dólares.

No sábado, Obama pediu a seus compatriotas que ajudem a criar uma "classe média próspera" para que cada um possa realizar o "sonho americano". "Por ocasião desta Festa do Trabalho, temos que reafirmar nossos valores tradicionais e esta verdade é fundamental: para recuperar nossa economia, precisamos de mais do que um mercado de ações saudável, precisamos de uma sociedade fervilhante e de uma classe média próspera", disse em seu programa de rádio semanal.