MAJACHKALA - Três pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas em um atentado suicida executado na madrugada deste domingo (5/9) contra uma unidade militar no Daguestão, perto da Chechênia, no Cáucaso russo. O local é área de atuação de guerrilheiros islâmicos que fazem oposição a Moscou.
"O carro-bomba, já fora de controle, bateu em um caminhão militar na entrada do campo militar e explodiu fora do local, o que limitou o número de mortos", afirmou uma fonte do ministério da Defesa. O atentado contra a instalação de uma unidade de fuzileiros, perto da cidade de Buinaksk, "provocou três mortes", segundo uma fonte das forças de segurança, e abriu uma cratera de três metros de diâmetro.
O ministério da Defesa informou um balanço oficial de três mortos e 34 feridos, horas depois de um anúncio inicial de cinco mortos e 39 feridos. "Após os tiros de aviso, os sentinelas abriram fogo e mataram o terrorista", afirmou a mesma fonte do ministério. Pouco depois do atentado, uma segunda explosão aconteceu em uma estrada próxima, mas não provocou vítimas.
[SAIBAMAIS]Há 11 anos, no dia 4 de setembro de 1999, um atentado com carro-bomba contra um edifício no qual viviam famílias de militares em Buinaksk matou 68 pessoas e deixou mais de 150 feridos. Atentados e tiroteios se tornaram cada vez mais frequentes no norte do Cáucaso, onde as autoridades ligadas a Moscou de várias regiões majoritariamente muçulmanas lutam contra guerrilhas islamitas que cada vez mais aumentam sua influência.
No entanto, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin descartou em declarações recentes a possibilidade de uma nova guerra no Cáucaso russo. A segunda intervenção militar russa na Chechenia há 11 anos terminou com uma guerra nesta pequena república separatista, mas a rebelião se estendeu a todo o Cáucaso russo e desestabilizou a região.
Em 1999, o então presidente Putin enviou tropas a Chechênia após um ataque dos rebeldes para tentar vencer de uma vez por todas os separatistas. Mas 11 anos depois, e apesar da imposição de um governo pró-russo em Grozny, a rebelião envolve agora a causa do islã radical e está levando sua luta a toda a região do Cáucaso.
Analistas consideram que a pobreza e a corrupção criam um terreno fértil para as ações armadas e permitem a grupos islamitas recrutar com maior facilidade os jovens da região.
Em agosto, o presidente russo Dmitri Medvedev expôs claramente em Yrevan, onde assinou um acordo de defesa com a Armênia, as ambições geopolíticas da Rússia nas partes não russas do Cáucaso, ao insistir que Moscou é responsável pela estratégica e conflitusosa região.
Dois anos depois da intervenção das tropas russas na Geórgia, Medvedev declarou que a paz na região, na qual se encontram três antigas repúblicas soviéticas que conquistaram a independência com o fim da União Soviética - Armênia, Geórgia e Azerbaijão - é responsabilidade da Rússia.