WASHINGTON - O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair afirmou neste domingo (5/9) que as raízes do radicalismo islâmico são muito mais profundas do que se acredita e que a Al-Qaeda teria matado, se tivesse condições, 300.000 pessoas nos atentados de 11 de setembro de 2001.
"Isto é de fato mais como o fenômeno do comunismo revolucionário", disse Blair em uma entrevista ao canal americano ABC, ao comentar o extremismo islâmico.
"É seu equivalente religioso ou cultural, e suas raízes são profundas, seus tentáculos são longos e sua narrativa sobre o Islã se expande muito além do que pensamos, inclusive em parte da opinião geral daqueles que irritam o extremismo, pois de alguma forma assimilam a retórica que vem com ele", completou.
Blair disse que não compreendia totalmente o fenômeno na época dos atentados de 11 de setembro de 2001, quando a Al-Qaeda sequestrou quatro aviões nos Estados Unidos e dois deles foram jogados contra as torres gêmeas de Nova York, com um saldo de 3.000 mortos.
"Se estas pessoas pudessem matar 30.000 ou 300.000 pessoas, teriam feito", afirmou o ex-premier britânico.