COPIAPO - Ex-jogadores de rúgbi uruguaios que, em 1972, sobreviveram 72 dias isolados nos Andes chegam neste sábado (4/9) à mina San José, na região norte do Chile, para apoiar o grupo de mineiros preso há 30 dias a 700 metros de profundidade.
"Os uruguaios vão conversar com os familiares e com os mineiros para dar seu apoio e explicar a experiência de sobrevivência em uma situação extrema", disse um membro da equipe de resgate à AFP na mina San José (800 km ao norte de Santiago).
"Antes, um psicólogo vai conversar com os uruguaios para explicar a situação", completou.
Carlos Paez, um dos 16 uruguaios que sobreviveram ao que ficou conhecido como o "milagre dos Andes", disse à AFP em Montevidéu que os enviados são José Luis Inciarte, Ramón ;Moncho; Sabella e Gustavo Zervino.
Outro sobrevivente, Pedro Algorta, já está no Chile.
Em 13 de outubro de 1972 um avião uruguaio caiu na Cordilheira dos Andes com 45 passageiros, em sua maioria membros de um time de rúgbi que viajava ao Chile para disputar uma partida.
Os sobreviventes não tiveram alternativa a não ser se alimentar dos companheiros mortos, até que dois jovens do grupo conseguiram cruzar a pé as montanhas e pedir ajuda.
A experiência extrema - que gerou um livro e um filme com o título "Vivos" - voltou a ser lembrada com a tragédia dos 33 mineiros chilenos.
Um desabamento na jazida em que o grupo trabalhava deixou os 33 trabalhadores presos em 5 de agosto dentro da mina de Copiapó.
Os mineiros só foram localizados, todos vivos, depois de 17 dias. As autoridades chilenas trabalham agora no resgate, que pode demorar quatro meses.