Brasília ; O Exército do México matou 27 suspeitos de integrarem um cartel de narcotraficantes. A ação ocorreu em um campo de treinamento entre as cidades de Monterrey e de Ciudad Mier, na fronteira de Nuevo León e Tamaulipas ; onde houve o massacre dos 72 imigrantes há cerca de duas semanas. Dois militares ficaram feridos na operação, segundo informações do Ministério da Defesa. Os dados são da agência de notícias BBC Brasil.
O embate entre os militares e os suspeitos ocorreu em um rancho, que foi localizado por meio de reconhecimento aéreo. A patrulha militar que se aproximou do local foi recebida com tiros de fuzil. De acordo com informações, havia três pessoas sequestradas no rancho. Foram apreendidas 23 armas de grande porte, 532 cartuchos, 19 veículos e drogas.
Todos os mortos faziam parte do grupo de supostos criminosos, embora não se tenha identificado a qual organização eles pertenciam. O incidente ocorreu horas depois de o presidente mexicano, Felipe Calderón, ter divulgado uma mensagem cujo tema central foi um pedido para combater a insegurança no país. ;Enfrentamos criminosos sem escrúpulos, com um enorme poder econômico e um grande poder de fogo;, disse.
Segundo dados dos militares, esse foi o terceiro campo de treinamento de narcotraficantes desmantelado pelo Exército neste ano, no Nordeste do México. Em abril, militares localizaram um acampamento do cartel Los Zetas, em Camargo, também no estado de Tamaulipas, próximo da fronteira com os Estados Unidos. Em maio, foi desmantelado outro campo no município de Higuera, no estado de Nuevo León.
O ministro da Marinha, Francisco Saynez, disse que os cartéis do narcotráfico fazem o recrutamento forçado de pessoas, obrigando-as a combater por eles. Muitos dos sequestrados pelos cartéis são imigrantes sem documentação, oriundos da América Central.
De acordo com o ministro da Fazenda mexicano, Ernesto Cordero, a onda de violência no país já custou o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ou cerca de US$ 11 bilhões (R$ 18,7 bilhões). Desde 2006, quando o governo intensificou a luta contra os cartéis do tráfico, mais de 28 mil pessoas morreram, segundo dados oficiais.