Pelo menos 53 pessoas morreram e 197 ficaram feridas nesta sexta-feira (3/9) em um atentado suicida durante uma cerimônia religiosa xiita na cidade de Quetta, sudeste do Paquistão.
De acordo com a polícia, o terrorista se infiltrou em meio às cerca de 450 pessoas que participavam no evento e detonou seus explosivos assim que alcançou a principal praça da cidade.
A cerimônia celebrava o dia de Al-Quds, evento organizado em vários países pela comunidade xiita para protestar contra o controle de Jerusalém por Israel e para demonstrar solidariedade aos palestinos.
"Pelo menos 53 pessoas morreram", informou Ghulam Shabir, chefe da polícia de Quetta, indicando ainda que 197 pessoas ficaram feridas.
Um médico do hospital de Quetta disse à AFP que o número de feridos é ainda maior.
Os muçulmanos xiitas são minoria no Paquistão, com cerca de um quinto dos 160 milhões de habitantes do país, dominado pelos sunitas.
Malik Iqbal, chefe da polícia da província do Baluchistão, disse que os organizadores do evento foram alertados para a possibilidade de um ataque - e orientados a realizar a cerimônia em outro local.
Já Sardar Khan, controlador da polícia, explicou que uma série de distúrbios violentos se seguiram ao atentado, e que os agentes foram obrigados a agir para acalmar a multidão. "Um grupo furioso tentou atear fogo a um prédio e a alguns veículos. Alguns estavam armados e atiravam para o ar. Também incendiaram bicicletas e motocicletas", relatou.
A emissora local AaJ indicou que um de seus motoristas foi morto no ataque, enquanto vários jornalistas ficaram feridos.
O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, condenou fortemente o atentado, e exigiu a abertura imediata de uma investigação para apurar o incidente. A embaixada americana no Paquistão também emitiu uma declaração deplorando o ocorrido.
Mais cedo, pelo menos um homem morreu e quatro pessoas ficaram feridas quando um terrorista suicida explodiu a bomba que trazia junto ao corpo depois de ter sido detido pela polícia em frente a uma mesquita da seita Ahmadi na cidade de Mardan, nordeste do Paquistão. "Um terrorista suicida estava tentando entrar no santuário dos Ahmadis, mas foi interceptado pela polícia", explicou à AFP Waqif Khan, chefe da polícia de Mardan, acrescentando que o agressor foi morto a tiros antes de conseguir acionar os explosivos.
"Um pedestre foi morto e quatro ficaram feridos no tiroteio".
Na cidade de Peshawar, alvo constante de insurgentes, pelo menos três policiais ficaram feridos depois que uma bomba explodiu perto do veículo que usavam para patrulhar a área.
A violência religiosa no Paquistão, principalmente entre sunitas e xiitas, já matou mais de 4.000 pessoas na última década.