O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad afirmou nesta sexta-feira (3/9) que as recém-retomadas negociações de paz entre israelenses e palestinos estão "condenadas ao fracasso", por ocasião do "Dia de Jerusalém", para o qual foram organizadas grandes manifestações contra Israel em várias cidades do país.
"O futuro da Palestina será determinado pela resistência dos palestinos na Palestina, e não em Washington, Paris ou Londres", afirmou Ahmadinejad, discursando para manifestantes antes da reza de sexta-feira na Universidade de Teerã.
Reiterando declarações polêmicas, o presidente iraniano indicou que "os povos da região são capazes de fazer desaparecer o regime sionista da cena internacional".
"Se os dirigentes da região não se atrevem a agir, que deixem livres os povos", enfatizou.
Sem citar nomes, Ahmadinejad criticou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, chamando-o de "refém" de Israel por ter iniciado aceitado participar das negociações diretas de paz, retomadas em Washington ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
[SAIBAMAIS]Segundo ele, as negociações israelense-palestinas iniciadas nos Estados Unidos "nasceram mortas" e estão "condenadas ao fracasso".
"Quem representam? O que querem negociar?", perguntou o presidente iraniano, referindo-se aos negociadores palestinos. "O povo da Palestina e os povos da região não permitirão que vocês vendam aos inimigos nem um átimo de terra palestina", declarou.
O Irã, que não reconhece Israel - e cujo desaparecimento defende de tempos em tempos através das bravatas de seu presidente -, apoia o Hamas, movimento radical islâmico que controla a Faixa de Gaza e se opõe a qualquer tipo de compromisso com o Estado hebreu.
Pouco antes, imagens transmitidas pela televisão estatal mostravam milhares de pessoas participando de um protesto em Teerã e em outras cidades iranianas. O mote dos manifestantes é o "Dia de Jerusalém", organizado pelo regime iraniano todos os anos na última sexta-feira do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, para demonstrar apoio aos palestinos.
"Morte a Israel" e "Morte aos Estados Unidos" eram alguns dos lemas cantados pelos manifestantes, que carregavam cartazes com dizeres como "Jerusalém nos pertence" e bandeiras palestinas, além de retratos do aiatolá Ali Khamenei, guia supremo da República Islâmica.