Washington - O governo americano anunciou, nesta quinta-feira (2/9), que vai processar o xerife Joe Arpaio, do estado do Arizona (sudoeste), por não colaborar em uma investigação sobre supostas discriminações contra imigrantes ilegais.
O xerife do condado de Maricopa no Arizona, de 78 anos, é conhecido há anos pelas detenções maciças, em plena rua, de ilegais, criticadas por organizações de direitos civis.
O Departamento de Justiça abriu a investigação, em março do ano passado, e desde então reivindicou ao gabinete do xerife, muito popular no condado, acesso aos gabinetes, centros penitenciários e pessoal.
"O Departamento apresentou o processo depois de esgotar todas as vias possíveis para ter acesso aos documentos e às instalações" a cargo do xerife, explicou o comunicado oficial.
O governo apela à Lei de Direitos Civis de 1964, que proíbe a discriminação por qualquer organismo público no país que receba fundos federais.
"As ações do gabinete do xerife de Maricopa não têm precedentes e é lamentável que o Departamento tenha sido forçado a recorrer a um caso legal para ter acesso a documentos e instalações públicas", disse Thomas E. Perez, Assistente do Promotor Geral de Justiça da Divisão de Direitos Civis, citado no texto.
A suposta falta de cooperação de Arpaio, reeleito ao cargo desde 1992, é um caso "extremamente atípico", sem precedentes nos últimos 30 anos, segundo o Departamento de Justiça.
O processo ocorre em meio a um clima de tensão no Arizona, que aprovou recentemente uma dura lei antiimigração, que também foi repudiada na Justiça pelo governo federal.
A lei SB 1070 criminalizava, pela primeira vez na história do país, a imigração ilegal em um estado, mas um juiz suspendeu, em julho, as partes mais polêmicas do texto.
Apesar disso, a lei é apoiada pela maioria dos americanos, segundo pesquisas de opinião.