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Milicianos islâmicos atacam residência de líder da oposição em Teerã

A casa de Mehdi Karubi, um dos líderes da oposição reformista ao presidente Mahmud Ahmadinejad, foi atacada durante a madrugada por integrantes da milícia islâmica Bassidji, informa o site Karubiam Sahamnews.

"Vários delinquentes bassidjis, atuando dentro de um plano coordenado e premeditado, e com o apoio da polícia, atiraram pedras, quebraram janelas e jogaram tinta no imóvel em que mora o ex-presidente reformista do Parlamento, na zona norte de Teerã", afirma o Sahamnews.

Os agressores, que também quebraram câmeras de segurança do imóvel, gritaram frases hostis a Karubi e favoráveis ao Guia Supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, ao qual os bassidjis estão ligados, segundo o portal. "Este ataque pretende intimidar Karubi para impedir que participe nas manifestaciones pelo dia de Qods (Jerusalém), que devem acontecer na sexta-feira em Teerã", destaca o Sahamnews.

Há um ano, Karubi, candidato derrotado nas últimas eleições por Ahmadinejad, se tornou uma das grandes figuras da oposição reformista ao presidente iraniano, que tem sua reeleição em junho de 2009 questionada.

Desde então, o ex-presidente do Parlamento e sua família sofrem com agressões e intimidações regulares dos partidários do governo. Muitas pessoas ligadas ao político foram detidas e seu jornal foi fechado.

A reeleição de Ahmadinejad, marcada por fraudes generalizadas segundo a oposição, provocou durante vários meses manifestações em todo o Irã, geralmente organizadas pela oposição, que aproveitava reuniões oficiais.

[SAIBAMAIS]A oposição enfrentou uma grande repressão nos protestos, que resultou em dezenas de mortes e milhares de pessoas detidas. Vários opositores continuam presos, condenados em alguns casos a penas consideráveis.

Na quarta-feira, o Sahamnews destacou que Karubi conversou sobre "a jornada de Qods" com o ex-premier Mir Hossein Mussavi, principal rival de Ahmadinejad nas eleições de 2009 e que se tornou outra grande figura da oposição.

No ano passado, o evento, tradicionalmente marcado por grandes manifestações oficiais de apoio ao povo palestino, foi utilizado pela oposição para protestar contra o governo, após uma convocação especial dos dois líderes políticos.

Este ano, no entanto, Karubi e Mussavi não convocaram os partidários a sair às ruas.

Os dois, que enfrentam uma grande mobilização policial, já haviam renunciado a convocar protestos no primeiro aniversário da reeleição de Ahmadinejad, em 9 de junho. Eles afirmaram na ocasião que queriam evitar uma nova onda de repressão.

Na última tentativa de uma manifestação à margem de um evento oficial, em 11 de fevereiro, por ocasião do aniversário da revolução islâmica, Karubi foi atacado por milicianos e vários membros de sua equipe foram feridos.