A guerra acabou no Iraque para os Estados Unidos e uma nova operação, chamada "Novo Amanhecer", teve início oficialmente nesta quarta-feira (1;/9), anunciaram o vice-presidente americano Joe Biden e o secretário de Defesa Robert Gates, em visita a este país.
Sete anos depois da invasão americana, que provocou a queda do ditador Saddam Hussein, o exército dos Estados Unidos deve agora se concentrar apenas na formação das forças iraquianas, em um país que ainda está, no entanto, muito longe de se estabilizar.
"A liberação do Iraque terminou, mas nosso compromisso continua através da operação ;Novo Amanhecer;", declarou Biden, durante uma cerimônia na base americana de Camp Victory, nas cercanias de Bagdá.
O general Lloyd Austin assumirá o comando das forças dos Estados Unidos no Iraque, em substituição ao general Ray Odierno.
Antes de assistir à cerimônia, Robert Gates havia afirmado que a presença americana no Iraque havia entrado em sua "fase final". "Eu diria que já não estamos" em guerra, disse Gates, respondendo a jornalistas na base militar americana de Camp Ramadi, cerca de 100 km a oeste de Bagdá.
"As operações de combate terminaram", acrescentou. "Vamos seguir trabalhando com os iraquianos sobre o contra-terrorismo, vamos fazer muita assessoria e formação".
"Portanto, eu diria que estamos na fase final de nossa participação no Iraque", insistiu.
Em um discurso solene à nação, o presidente americano Barack Obama anunciou horas antes o fim oficial da missão de combate no Iraque, destacando que os iraquianos já são responsáveis pela segurança de seu próprio país.
Passados sete anos de guerra e violentos conflitos religiosos, o Iraque ainda não encontrou estabilidade nem no âmbito político nem em matéria de segurança. Os partidos políticos não conseguiram chegar a um acordo para a formação de um novo governo, seis meses depois das eleições de 7 de março.
[SAIBAMAIS]Indagado sobre se achava que a guerra havia valido a pena, Gates afirmou que esta resposta cabe aos historiadores.
"O problema desta guerra para todos os americanos é que os motivos que foram apresentados para justificá-la mostraram-se inválidos", estimou, referindo-se às armas de destruição em massa de Saddam Hussein evocadas pela administração Bush, que jamais apareceram - e que, para Gates, "ofusca" o resultado final das operações.
Há agora menos de 50.000 soldados americanos em território iraquiano, contra 170.000 em 2007. Mais de 4.400 militares americanos morreram no Iraque. Até o fim de 2011, todas as tropas dos Estados Unidos terão deixado o país.
Gates, no entanto, não descartou que um pequeno contingente seja mantido no Iraque depois desta data. No entanto, destacou que para isso Bagdá deve pedir uma renegociação do acordo de segurança assinado em novembro de 2008.
"Acho que devemos esperar pela formação de um novo governo iraquiano para que este assunto seja ou não levantado", afirmou o secretário americano. "Estaríamos dispostos a estudar (esta possibilidade), mas isso deve acontecer por iniciativa dos iraquianos", concluiu.
Ao anunciar o fim da missão de combate no Iraque, Obama lançou um apelo aos dirigentes iraquianos para que negociem rapidamente um acordo de formação do novo governo.