A ONU fez um novo apelo à comunidade internacional por mais ajuda para milhões de desabrigados no Paquistão devastado há mais de um mês pelas inundações.
Mais de um mês depois das chuvas torrenciais que causaram as cheias dos rios, que inundaram mais de 20% do território paquistanês, 18 milhões de pessoas continuam afetadas pela tragédia e, desse total, 8 milhões precisam de ajuda humanitária urgente e 4,8% perderam suas casas.
As águas baixaram progressivamente do norte e do centro e começam a baixar no vale do rio Indus, no sul, a região mais afetada.
"Mas uma tripla ameaça começa a se manifestar à medida que a crise se estende", afirmou Josette Sheeran, diretora-geral do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, depois de uma visita aos acampamentos de refugiados. "As pessoas perderam suas sementes, suas colheitas e seus rendimentos, o que as deixa vulneráveis frente à fome", afirmou, em um comunicado.
[SAIBAMAIS]"A situação é extremamente crítica, precisamos com urgência o compromisso renovado e durável com os paquistaneses nesses tempos de crise", concluiu Sheeran.
Para o financiamento apenas de seus programas de emergência, a ONU lançou em 11 de agosto passado um pedido à comunidade internacional de uma ajuda de 460 milhões de dólares.
Três semanas depois, as Nações Unidas só conseguiram reunir 63,4% dessa soma.
A ONU estima também que foram perdidos mais de 3,4 milhões de hectares de colheitas, em um país de 170 milhões de habitantes que obtém o essencial de seus rendimentos da agricultura.
O governo revisou seu balanço para mais de 1.600 mortos, estabelecido há quase um mês, mas as autoridades e os funcionários de ONGs acreditam que o número aumentará dramaticamente à medida que forem sendo achados os corpos quando as águas baixarem, sem falar da ameaça de epidemias.