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Dois iemenitas são presos em Amsterdã suspeitos de 'complô terrorista'

Dois iemenitas, presos na segunda-feira no aeroporto de Amsterdã provenientes dos Estados Unidos são suspeitos de "complô terrorista" depois que as autoridades americanas encontraram objetos suspeitos em suas bagagens, anunciou nesta terça-feira a justiça holandesa.

"Os homens estão sendo mantidos sob custódia por suspeitas de complô terrorista", declarou Theo D;Anjou, um porta-voz da Procuradoria National, durante uma entrevista coletiva à imprensa no aeroporto de Amsterdã.

"Será anunciado nos próximos dias se eles serão processados", acrescentou, lendo um comunicado. Perguntado por jornalistas, ele disse que esse anúncio deverá ser feito "até quinta-feira".

Os dois iemenitas, que iam para Sanaa, capital do Iêmen, foram presos em sua chegada ao aeroporto de Amsterdã provenientes de Chicago, na segunda-feira às 09h15 locais (04h15 de Brasília) "com base em informações transmitidas pelas autoridades americanas", indicou o porta-voz.

As autoridades americanas tinham anunciado na segunda-feira à noite que "objetos suspeitos" haviam sido encontrados nas bagagens "associadas" a dois passageiros de um voo entre Chicago e Amsterdã.

"Telefones celulares, envoltos em uma fita adesiva, foram encontrados em suas bagagens, um deles estava preso a uma garrafa de plástico", indicou D;Anjou, segundo o qual as bagagens dos dois homens viajaram em um voo interno americano com destino a Washington.

"Os celulares foram apreendidos nos Estados Unidos e permaneceram lá", acrescentou: "nada de suspeito" foi encontrado nas bagagens do voo com destino a Amsterdã.

Segundo as autoridades americanas, "os objetos não foram considerados perigosos".

A Casa Branca assegurou nesta terça-feira que os Estados Unidos investigarão de forma "enérgica", indicando que os dois homens presos "não integram nenhuma lista de pessoas suspeitas de atividades terroristas".

"Pode se tratar de um teste para saber se as medidas de contraterrorismo funcionam, (...), se uma bomba pode ser levada a bordo", explicou à AFP um especialista em contraterrorismo, Edwin Bakker, do Instituto Clingendael de Haia, especializado em Relações Internacionais.

De acordo com a rede de televisão americana ABC News, os dois homens presos em Amsterdã são Ahmed Mohamed Nasser al-Soofi, que mora em Detroit (Michigan, nordeste dos Estados Unidos), e Hezam al-Murisi.

Após a chegada em Chicago proveniente de Birmingham (Alabama), Al-Soofi tinha registrado suas bagagens em um voo para Washington e depois Dubai, com o Iêmen como destino final, enquanto embarcaria para Amsterdã com Al-Murisi, segundo a mesma fonte.

Antes de sua saída de Birmingham, agentes de segurança tinham encontrado com ele 7.000 dólares em dinheiro. Em suas bagagens, um telefone celular preso a uma garrafa contendo um medicamento contra problemas estomacais, três telefones celulares presos por uma fita adesiva, assim como relógios também envoltos em uma fita adesiva, um estilete e três facas foram apreendidos, segundo a ABC News. Nenhum traço de explosivos foi encontrado.

Os Estados Unidos não apresentaram explicação para o fato de ambos terem conseguido embarcar, apesar da descoberta desses objetos suspeitos.

Nenhuma medida de segurança adicional foi adotada no aeroporto de Schiphol após a prisão dos dois homens, segundo um porta-voz do aeroporto.