À espera da nova rodada de negociações com o Grupo de Viena ; formado pelos Estados Unidos, a França e a Rússia, além da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) ;, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã, Manouchehr Mottaki, reclamou nesta segunda-feira (30/8) das sanções impostas ao país. Segundo ele, as restrições definidas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) demonstram ;a falta de lógica na atual ordem internacional;.
As informações são da rede estatal de televisão do Irã, a PressTV. ;A nação iraniana não precisa de bombas atômicas;, disse Mottaki. ;Eles (os países ocidentais), no entanto, afirmam que o Irã pode ter a intenção de fabricar armas nucleares e castigam nossa nação com base na alegação de que o Irã tem tais intenções;, afirmou. ;Esta é uma forma de coerção e esta é a lógica do poder;.
Em 9 de junho, o Conselho de Segurança aprovou sanções ao Irã para que o governo recue no desenvolvimento do programa nuclear do país. Para parte da comunidade internacional, o programa esconde a intenção de produzir armas atômicas. As autoridades iranianas negam as suspeitas.
Paralelamente, a União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá também aprovaram uma série de restrições econômicas ao Irã na tentativa de forçar o governo iraniano a suspender o programa nuclear. As medidas atingem principalmente os setores comercial e militar do Irã.
Ao criticar as sanções, Mottaki disse que existem armas nucleares sob poder dos Estados Unidos, país considerado o principal inimigo do Irã. Também lembrou das cidades de Nagasaki e Hiroshima, no Japão, atingidas por bombas atômicas norte-americanas, durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo o ministro, a ONU foi injusta ao aprovar as sanções ao Irã porque o país é signatário do Tratato de Não Proliferação Nuclear e membro da Aiea.
Mottaki disse que o Irã autorizou que a Aiea fiscalize as instalações nucleares no país. Segundo ele, não foram encontradas evidências de desvios de material nuclear civil para fins militares no país.