Em meio às investigações sobre o massacre de 72 imigrantes ilegais na região fronteiriça do México com os Estados Unidos, a Secretaria Nacional de Segurança Pública mexicana promoveu uma demissão em massa de policiais federais. Nesta segunda-feira (30/8), cerca de 3,2 mil agentes perderam o emprego. A secretaria informou que eles violaram a Lei do Sistema Nacional de Segurança Pública e regulamentos da Polícia Federal.
As informações são da própria Secretaria Nacional de Segurança Pública do México. Em comunicado, o órgão informou que será aberto processo disciplinar contra outros 20 agentes de segurança. Mas não detalha as razões da ação. Porém, a secretaria afirmou que está em curso um novo modelo de polícia que o governo pretende adotar.
No comunicado, a secretaria relaciona as mudanças à exigência de um novo comportamento dos policiais federais, mais seguro e eficiente, seguindo as formalidades da carreira. Também será criado o Conselho de Desenvolvimento da Polícia Federal, que vai fundamentar os processos judiciais contra policiais e aplicar as sanções apropriadas.
Será criado ainda um órgão interno de investigação, com autonomia administrativa e independência de ação. Há, ainda, estudo para mudar Constituição Geral da República mexicana no sentido de garantir que o policial que não cumprir com os requisitos de residência legal ou com responsabilidade no desempenho das suas funções será removido e não poderá retornar a qualquer instituição policial, seja ela federal, estadual ou municipal.
O clima de tensão no México aumentou nos últimos dias. Além do assassinato dos imigrantes, o prefeito de Hidalgo, Marco Antonio García, foi morto ontem a tiros. Há duas semanas, o prefeito de uma cidade próxima também foi morto por atiradores. Desde 27 de agosto, uma série de ataques com bombas atingiu o estado de Tamaulipas. Em um intervalo de 24 horas, houve quatro explosões na região, que deixaram 17 feridos.