O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não prometeu aos Estados Unidos prosseguir com o congelamento parcial da colonização na Cisjordânia com a aproximação do reinício, na próxima quinta-feira, das negociações diretas com os palestinos.
"Nós não apresentamos nenhuma proposta aos americanos sobre o prolongamento da suspensão. O governo não tomou nenhuma nova decisão sobre a questão", afirmou o premier segundo uma fonte do governo de Israel, ao mencionar as declarações feitas no domingo por Netanyahu durante uma reunião dos ministros de seu partido, Likud.
Netanyahu fez referência ao fim, em 26 de setembro, da moratória de 10 meses sobre a construção de casas nas colônias da Cisjordânia decretada em novembro do ano passado. Assim, o chefe de Governo israelense cedeu às pressões do presidente americano, Barack Obama, que deseja a retomada das negociações directas, suspensas desde dezembro de 2008.
"Nós afirmamos que o futuro dos assentamentos será discutido nas conversações sobre um acordo final com outras questões", completou Netanyahu, segundo a mesma fonte, que pediu anonimato.
Já o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou no domingo que Israel será o único responsável pelo fracasso das negociações de paz, caso o país retome a colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Netanyahu também destacou que não apoiou a proposta do ministro responsável pelos serviços de inteligência, Dan Meridor, que sugeriu o prosseguimento do congelamento nas pequenas colônias isoladas e a retomada das obras nos grandes blocos de colônias que Israel pretende anexar.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou em 20 de agosto que o dia 2 de setembro marcaria a retomada, em Washington, das negociações diretas entre israelenses e palestinos com o objetivo de obter um acordo dentro de um ano.