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Depois de chacina, México anuncia mais rigor contra cartéis e tráfico

Brasília ; Depois do assassinato de 72 pessoas no último fim de semana, o presidente do México, Felipe Calderón, anunciou que vai intensificar o combate ao narcotráfico na região fronteiriça com os Estados Unidos, propor medidas restritivas à compra de imóveis e a apreensão de propriedades. A ideia é fechar o cerco contra cartéis que atuam no tráfico de drogas e transporte ilegal de imigrantes para o território norte-americano.

Calderón convocou uma reunião extraordinária com os governadores, os prefeitos e as autoridades policiais da região fronteiriça. Segundo ele, o objetivo é integrar uma frente única de combate e fortalecimento da segurança. ;Se há algo que está claro é que precisamos dar uma resposta forte e unificada ao crime, para integrar tudo em um acordo não apenas com as unidades em nível federal, mas também estadual e municipal;, disse.

O presidente afirmou que ;isso não deve ser apenas do Executivo, Legislativo e Judiciário, mas também da mídia, da sociedade, do governo, da comunicação, dos líderes sociais, das associações ". As informações são da Presidência da República e de diplomatas que acompanham o processo no México.

No último fim de semana, as autoridades mexicanas foram informadas sobre a chacina de 72 imigrantes, que seguiam para os Estados Unidos guiados por um grupo. Segundo um sobrevivente, o equatoriano Luis Freddy Pomavilla, os traficantes mataram as pessoas porque elas se recusaram a trabalhar para eles.

[SAIBAMAIS]De acordo com as autoridades do México, entre os mortos havia 58 homens e 14 mulheres, incluindo algumas crianças e uma grávida, que foram colocados enfileirados contra a parede de um galpão em uma fazenda da região. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que havia quatro brasileiros entre as vítimas.

Diplomatas do Brasil, de Honduras, do Equador e de El Salvador seguiram para o estado de Tamaulipas, onde ocorreu o crime. O objetivo é identificar os corpos das 72 vítimas. No entanto, há informações de que a identificação deve demorar porque a maioria das pessoas não estava com documentos.

A Anistia Internacional, com base em informações fornecidas pela Comissão Nacional de Direitos Humanos do México, disse que apenas em 2009, 10 mil pessoas foram sequestradas no país, no período de seis meses, por traficantes que se comprometiam a ajudá-las a passar para o lado dos Estados Unidos. O cálculo é de que seis, em cada grupo de 10 meninas e mulheres imigrantes, sejam vítimas de violência sexual.