Diplomatas de Brasil, Honduras, El Salvador e Equador chegaram nesta quinta-feira (26/8) à cidade mexicana de Reynosa, na fronteira com os Estados Unidos, para identificar os corpos de 72 imigrantes ilegais assassinados, informou à AFP o delegado da Procuradoria do Estado de Tamaulipas, Bolívar Hernández.
Os representantes dos quatro países estão protegidos por um forte esquema de segurança, disse Hernández.
Mais cedo, a Chancelaria mexicana havia informado a chegada a Tamaulipas do cônsul geral do Brasil e dos enviados de Honduras, El Salvador e Equador.
"Já estão em Tamaulipas o cônsul geral e o vice-cônsul do Brasil, o cônsul e dois oficiais de polícia do Equador, dois cônsules gerais de El Salvador e um cônsul de Honduras, que veio de San Luis Potosí (norte)", disse à AFP um funcionário da Assessoria de Imprensa da chancelaria.
O grupo foi chamado a Tamaulipas pelas autoridades mexicanas para colaborar na identificação dos corpos das 72 pessoas, supostamente imigrantes desses países, que foram assassinadas em um rancho próximo à cidade de San Fernando.
Os corpos dos 72 imigrantes ilegais foram localizados na última terça-feira por militares da Marinha após um confronto com supostos traficantes de drogas.
Um equatoriano de 18 anos sobreviveu ao massacre. Ele contou que membros do Cartel dos Zetas foram os responsáveis pelas mortes. Ele está em um hospital sob forte vigilância e receberá proteção do Ministério Público.
Segundo o equatoriano, o grupo de imigrantes recebeu proposta para trabalhar com os Zetas, mas foi executado após a resposta negativa.
Os Zetas, ex-soldados de elite recrutados pelo narcotráfico, travam em Tamaulipas uma disputa com seus antigos aliados do Cartel do Golfo.