A fabricante de aviões Embraer enviou uma equipe à China para participar da investigação da catástrofe aérea de terça-feira (24/8), que provocou a morte de 42 pessoas. O número de mortos foi corrigido pelo governo de Yichun, pois um dos corpos, que se partiu durante a queda, foi contabilizado como se fossem duas pessoas.
A aeronave modelo ERJ-190 estava com 96 pessoas a bordo se partiu em dois antes de pegar fogo ao tentar aterrissar. As caixas-pretas já foram localizadas e devem ajudar os especialistas a entender as causas do acidente, ao qual 54 passageiros sobreviveram. "A Embraer destacou uma equipe de técnicos, que já se dirige para o local (do acidente) com o objetivo de apoiar as autoridades aeronáuticas chinesas na investigação", indicou a empresa brasileira.
Neste momento, há três indícios importantes sobre a tragédia. Em primeiro lugar, segundo a agência Xinhua, várias companhias aéreas chinesas reportaram recentemente problemas técnicos com seus ERJ-190, enquanto a Autoridade de Aviação Civil chinesa (CAAC) organizou, no ano passado, um estudo sobre a aeronave - no qual são mencionados problemas nas turbinas e uma disfunção dos sistemas de controle de voo.
Além disso, o avião tentava pousar no aeroporto de Yichun, na província de Heilongjiang, a 150 km da fronteira russa, em meio a uma espessa névoa que reduzia a visibilidade no momento para menos de 300 metros, de acordo com um agente da polícia local citado pelo Global Times. Por fim, a companhia China Southern Airlines havia suspendido em 2009 seus voos noturnos para o aeroporto de Yichun por motivos de segurança.
Após o acidente, a Henan Airlines decidiu deixar no solo três de seus quatro ERJ-190, que operam outras rotas, informou a rádio nacional da China, acrescentando que a aeronave que se acidentou tinha apenas dois anos de uso. Em seu comunicado, a Embraer - terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo - expressou "suas profundas condolências e desejo de rápida recuperação a familiares e amigos das pessoas que perderam a vida ou ficaram feridas".
Às 21h30 (13h30 GMT), o ERJ-190 da Henan Airlines errou a aterrissagem quando se aproximava da pista, partindo-se em dois e pegando fogo em seguida.
[SAIBAMAIS]A bordo havia 91 passageiros e cinco membros da tripulação. Com excessão de um taiwanês, todos eram chineses. O piloto está entre os sobreviventes, mas sofreu queimaduras graves no rosto e não está em condições de falar sobre o acidente, segundo a Xinhua. Um sobrevivente relatou na televisão o pânico dos passageiros no momento do acidente. "O avião balançou umas cinco ou seis vezes, de maneira violenta. As bagagens dos compartimentos de bordo acima dos passageiros começaram a cair", contou. "Eu gritava para as pessoas do fundo que andassem em direção à saída de emergência (...), mas elas empurravam com força para a frente. As chamas cresciam cada vez mais", acrescentou.
De acordo com as autoridades locais, alguns passageiros foram arremessados para fora do avião antes que ele tocasse o solo e pegasse fogo. Foi a pior catástrofe aérea na China desde o acidente de uma aeronave da Eastern Airlines na Mongólia, em 2004, que matou 55 pessoas.