A chanceler da Colômbia, María Ángela Holduín, descartou nesta terça-feira (24/8) que a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) considere a solicitação da guerrilha das Farc de expor nesse fórum a visão do conflito colombiano, o que qualificou como "inadmissível".
"Para nós, é completamente inadmissível essa solicitação, e não acreditamos, nem sequer, que a Unasul vá nos perguntar se nos parece que isso está bem", disse Holguín a jornalistas.
A chanceler lembrou que o governo colombiano já fixou a posição a esse respeito por meio do ministro da Defesa, Rodrigo Rivera.
Rivera reagiu ontem comparando a pretensão das Farc com um hipotético pedido semelhante por parte do líder da Al-Qaeda, Osama Bil Laden. "Imagine o que poderia acontecer se em algum cenário internacional as portas fossem abertas a Osama Bin Laden para falar do que planeja frente aos Estados Unidos, isso é inconcebível", disse Rivera.
O ministro completou: "a melhor contribuição que nossos amigos no nível internacional podem dar aos colombianos é não gerar nenhuma espécie de paralelismo com a liderança que hoje a Colômbia tem com o presidente Juan Manuel Santos".
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) divulgaram ontem um comunicado pela Internet no qual expuseram essa pretensão. "Senhores presidentes: quando acharem oportuno, estamos dispostos a expor em uma assembleia da Unasul nossa visão sobre o conflito colombiano", disseram as Farc na declaração assinada por sua cúpula.
"Apesar de o governo da Colômbia manter fechada a porta do diálogo com a insurgência (...), queremos reiterar à União das Nações do Sul (sic), Unasul, nossa irredutível vontade de buscar uma saída política para o conflito", completou o texto.