O clima de tensão aumentou nesta terça-feira (24/8) no Chile entre os proprietários da mina de San José, onde estão bloqueados 33 mineiros, e o governo anunciando que vai explorar "todas as opções legais" para recuperar os custos da operação de resgate.
"Compatriotas da mina, os que estão no fundo da terra ou na superfície, e as famílias, estejam certos de que estaremos a seu lado, que vamos apoia-los", declarou à imprensa o ministro do Interior Rodrigo Hinzpeter. "O governo vai assumir e fazer chegar a vocês a ajuda econômica de um país desenvolvido, digno, que se preocupa com os seus", acrescentou.
Um dos proprietários do grupo chileno San Esteban, Alejandro Bohn, havia considerado "difícil" ontem poder pagar os salários dos mineiros, mesmo os que estão a 700m sob a terra na mina de cobre e ouro de San José, a 800km ao norte de Santiago.
O ministro do Interior anunciou que o Estado vai explorar "todas as opções legais destinadas a recuperar os custos" das operações de resgate, que deverão durar três a quatro meses, segundo os especialistas.
Ontem, o ministro chileno das Minas, Laurence Golborne, atiçara a polêmica, afirmando que os 33 homens bloqueados há 19 dias teriam podido sair a tempo mas "faltava uma escada (de socorro) para fazê-lo".
"Os mineiros poderiam ter sido retirados durante as 48 horas que se seguiram ao desmoronamento, mas deslizamentos posteriores de terra fecharam o acesso potencial", disse o ministro, após uma comunicação com os homens.
O grupo San Esteban se disse "tranquilo" na segunda-feira em relação à responsabilidade pelo acidente.
Na mina, "não houve jamais antecedentes de catástrofes desse tipo, os trabalhadores são treinados e têm dispositivos de segurança para a proteção necessária ante um acontecimento de tais proporções", havia declarado Bohn.
A San José havia sido fechada em 2007 após um acidente que causou a morte de um mineiro. Um ano mais tarde, a jazida foi reaberta, mas a empresa precisaria ter adaptado uma escada de socorro.