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Morre Rodolfo Fogwill, 69 anos, escritor

Um enfisema pulmonar matou o escritor Rodolfo Fogwill, considerado o último maldito da literatura argentina. O autor de 69 anos estava internado no Hospital Italiano, em Buenos Aires, e morreu no final da tarde do último sábado ; o velório ocorreu na tarde de ontem, na Biblioteca Nacional da capital argentina.

Escreveu mais de 20 livros, entre eles Mis muertos punk (1980), La buena nueva (1990), Una pálida historia de amor (1991), Muchacha punk (1992), La experiencia sensible (2001) e Runa (2003). Em 2004, ganhou o Prêmio Nacional de Literatura por Vivir afuera. Uma de suas obras mais aclamadas é Os pichicegos ; Malvinas, uma batalha subterrânea, escrita durante o conflito entre argentinos e ingleses em 1982 e publicada no Brasil em 2007 pela editora Casa da Palavra.

O mais recente lançamento foi Cuentos completos, publicado ano passado pela Alfaguara no mercado hispânico. Antes de se dedicar exclusivamente à literatura, Fogwill trabalhou como publicitário e professor da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires. Provocador, teve embates públicos com as Mães da Praça de Maio, com grupos de defensores do aborto e do casamento de homossexuais, e com colegas escritores como Ricardo Piglia, Beatriz Sarlo e Alan Pauls.

A postura transgressora e libertária que marcou sua trajetória inspirou a nova geração de escritores do seu país. ;Foi uma das forças mais originais e ricas da literatura argentina dos últimos 30 anos;, escreveu Gabriela Cabezón Câmara, na edição de ontem do Clarín.