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EUA descartam risco de proliferação por central nuclear do Irã

Os Estados Unidos não acreditam que haja um risco de proliferação em função da primeira usina nuclear iraniano construída pela Rússia em Busher (sul) e que iniciou suas operações de carga de combustível do reator no sábado, indicou o departamento de Estado.

"Reconhecemos que o reator de Busher está desenhado para proporcionar energia nuclear civil e não o vemos como um risco de proliferação", indicou o porta-voz do departamento de Estado, Darby Holladay.

Mas o reator, destinado a fins civis, mostra "que o Irã não recisa de uma capacidade própria de enriquecimento se suas intenções forem puramente pacíficas", destaca a fonte.

"O reator está sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) e Rússia tem a seu cargo o fornecimento do combustível e do tratamento do combustível utilizado, que seria a principal fonte das preocupações por uma eventual proliferação".

[SAIBAMAIS]Um funcionário da Casa Branca destacou, no entanto, que a opinião dos Estados Unidos sobre o reator em Busher "não deveria confundir-se com as preocupações fundamentais do mundo sobre as intenções nucleares do Irã, em particular com sua busca de enriquecer urânio".

Teerã iniciou no sábado o processo de implantação de sua primeira usina nuclear, qualificando-a de "símbolo de sua resistência e determinação" ante a oposição das grandes potências contra seu programa nuclear, suspeito de acobertar objetivos militares.

Depois mais de três décadas de interrupções e atrasos, os engenheiros começaram pela manhã as operações de carregamento de 165 barras de combustível no reator da usina de Busher (sul), anunciou a Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA) em um comunicado.

O início das operações de carga do reator, realizadas na presença do vice-presidente Ali Akbar Salehi - chefe do programa nuclear iraniano - e de Serguei Kirienko - chefe da agência nuclear russa Rostom, que dirigiu a construção da usina -, faz com que a usina de Busher passe a ser considerada oficialmente uma instalação nuclear.

O lançamento da central chega em um momento em que a República Islâmica está submetida a seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU, quatro delas acompanhadas de sanções, por seu programa nuclear e pela negativa de renunciar ao enriquecimento de urânio lançado em 2005.

A operação de carga de combustível terminará em 5 de setembro. Depois faltarão dois meses para que o reator alcance uma potência de 50% que permitirá conectá-lo com a rede nacional elétrica e entre seis e sete meses para que a usina funcione com potência máxima, ou seja, 1.000 megawatts, segundo o porta-voz da OIEA, Ali Shirzadian.