Os países membros das Nações Unidas já doaram quase 500 milhões de dólares, em resposta a um novo pedido de ajuda para milhões de pessoas afetadas pelas inundações no Paquistão.
O Serviço de Monitoramento Financeiro, órgão da ONU que controla as doações, informava no final da tarde de hoje a entrada de 490,7 milhões de dólares para socorrer o Paquistão, além da promessa de outros 325 milhões de dólares.
Arábia Saudita e Grã-Bretanha lideram as doações, que já superam os 460 milhões de dólares solicitados na semana passada pela agência da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários.
"Quero agradecer aos governos seu compromisso (...) com os esforços destinados a suavizar a vida" dos paquistaneses, expressou Ban mais cedo em um comunicado.
O secretário-geral da ONU havia advertido, durante a Assembleia Geral, que o pior desastre natural da história do Paquistão pode representar "um dos melhores testes para a solidaridade global".
"Não se engane: esse é um desastre global, um desafio global", disse na sessão ministerial, da qual participou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e seu colega paquistanês, Shah Mehmood Qureshi.
"É um dos melhores testes para a solidariedade global", disse o chefe da ONU, completando que o Paquistão está enfrentando um "tsunami em ;slow motion;".
Ban, que falou quando as doações apenas superavam os 200 milhões de dólares, destacou que "a generosidade de países e indivíduos fará uma grande diferença nas vidas de milhões de pessoas".
"O Paquistão enfrenta semanas, meses e anos de necessidade", afirmou, advertindo que os militantes islamitas poderiam aproveitar-se da crise para seus objetivos pessoais.
Três semanas de enchentes sem precedentes já mataram 1.500 pessoas e afetaram a vida de 20 milhões de paquistaneses.
Em torno de 4,6 milhões de pessoas ainda estão desabrigadas depois da destruição causada pela pior inundação da história, informou a ONU.
O Paquistão e os Estados Unidos temem que militantes extremistas se aproveitem do descontentamento social, para realizar ações para sua causa.
O país, que possui arma nuclear, tem uma população de 167 milhões de habitantes e vive em estado de alerta por causa dos radicais islamitas.
O Paquistão luta, também, contra seu próprio movimento talibã, que causou 3.570 mortos nos últimos anos.
O ministro paquistanês das Relações Exteriores, Shah Mehmood Qureshi, afirmou na quinta-feira na ONU que as perdas sofridas pelo país com as inundações são superiores a 43 bilhões de dólares.
Ele também ressaltou que a comunidade internacional não poderia permitir a "terroristas" beneficiar-se da situação criada pelas catástrofes em seu país.