Os tremores de grande magnitude na falha de San Andrés têm ocorrido com mais frequência do que se imaginava, o que leva a crer que o temido terremoto no sul da Califórnia, o "Big One", ocorrerá antes do previsto, advertiram cientistas hoje (20/8).
Um estudo que será publicado na edição da revista especializada Geology de 1; de setembro revela que os grandes terremotos ao longo da falha de San Andrés ocorrem com frequência muito maior do que se pensava até o momento.
Até então, acreditava-se que os grandes terremotos na falha ocorriam com um intervalo de entre 250 e 400 anos, mas uma pesquisa da Universidade da Califórnia revela que tremores devastadores podem ocorrer entre períodos de 45 a 144 anos.
O terremoto devastador mais recente na Califórnia, de 7,9 graus, ocorreu em 1857, há 153 anos, o que indica que o "Big One" pode ocorrer antes do que se pensava.
A pesquisa analisou durante anos a geologia da área da Planície Carrizo, na falha de San Andrés, a cerca de 160km a noroeste de Los Angeles.
"O que sabemos agora é que durante os últimos 700 anos os terremotos no sul da falha de San Andrés foram muito mais frequentes do que se pensava em todo o mundo", disse o pesquisador da Universidade da Califórnia Sinan Akciz. "Os dados obtidos nesse estudo contrariam os relatórios já publicados".
No sul da Califórnia - o estado mais povoado dos Estados Unidos, com 37 milhões de habitantes -, onde se encontram grandes cidades como Los Angeles, San Diego e Anaheim, um terremoto de grande magnitude está para ocorrer a qualquer momento, adverte o estudo publicado hoje.
Segundo a pesquisadora Lisa Grant Ludwig, é preciso estar atento ao que vem por aí. "Esse estudo nos dá a oportunidade de nos prepararmos".
Essa preparação consiste em melhorar as infraestruturas, a estrutura de residências e locais de trabalho, planos de evacuação e medidas de emergência.
Mas é impossível prever, por exemplo, os efeitos de um terremoto sobre as estradas e viadutos de Los Angeles, por onde circulam diariamente milhões de veículos.
Na Califórnia são relativamente frequentes os terremotos, onde a população vive sob o espectro do "Big One" que, segundo várias estimativas, poderia deixar mais de dois mil mortos, 50 mil feridos e perdas bilionárias.