Um grupo de 165 dissidentes cubanos enviaram carta aberta ao papa Bento XVI, na qual chamam de "lamentável" e "vergonhosa" a postura da hierarquia católica local no tema dos presos políticos, informou hoje (20/8) uma das signatárias.
"Não concordamos com a postura que a hierarquia eclesiástica cubana tem mantido em sua intervenção pelos presos políticos. É lamentável e, de fato, vergonhosa", destacou o texto assinado por 165 opositores que residem dentro e fora de Cuba, entre eles Martha Beatriz Roque, Vladimiro Roca e Jorge Luis García (Antúnez).
Os opositores demandam "o fim do apoio político" dos bispos locais ao goberno pois, segundo os signatários, o agir da Igreja corresponde aos desejos das autoridades.
Os dissidentes criticam a mediação da Igreja Católica junto ao governo pelos presos políticos que, com o apoio da Espanha e do Vaticano, determinou que as autoridades decidissem libertar 52 presos políticos de três a quatro meses. Os 52 presos eram os que permaneciam na prisão do grupo de 75 dissidentes condenados em 2003.
"Uma mediação correta sobre o tema teria implicado ouvir as reivindicações das duas partes e conciliá-las. No entanto, a solução do desterro (...) só beneficia a ditadura", acrescentou o texto ao se referir à saída dos presos do país.