Brasília ; O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos Calderón, rechaçou a acusação de um grupo de advogados de que o antecessor dele, Álvaro Uribe, deve ser acusado de traição contra a pátria. Os advogados alegam que Uribe traiu o país ao firmar um acordo com o governo dos Estados Unidos para a instalação das sete bases militares em território colombiano, mas com livre acesso às tropas norte-americanas.
"Dou todo meu respaldo ao [ex-] presidente Uribe e seu governo, que atuou neste tema com total e absoluta transparência e espírito patriótico que sempre os caracterizou;, afirmou na noite desta quinta-feira (19/8) Santos, que ocupou o cargo de ministro da Defesa no governo Uribe e colaborou na negociação referente às bases militares.
Santos disse ainda que repudiava todas as acusações envolvendo o gabinete de Uribe. ;Como presidente da República quero manifestar meu repúdio veemente em relação às acusações infundadas e injustas sobre aqueles que, como o presidente Uribe e seus colaboradores mais próximos, fizeram mais nada do que servir ao nosso país e aos interesses do povo colombiano;, ressaltou ele.
[SAIBAMAIS]No último dia 17, a Corte Constitucional da Colômbia declarou inconstitucional o acordo firmado, no final do ano passado, entre a Colômbia e os Estados Unidos, sobre as sete bases militares. Por 6 votos a favor e 3 contra, o tribunal determinou que a medida deverá ser votada pelo Congresso, suspendendo a vigência do acordo. Com isso, o acordo deve voltar à responsabilidade da Presidência que, por sua vez, deverá enviá-lo para ser apreciado no Parlamento.
No comunicado que fez ontem Santos lembrou que participou diretamente das negociações que levaram ao acordo das bases militares. ;Como caberia na cabeça de alguém assinar um acordo para aumentar e tornar mais eficaz a cooperação bilateral contra o narcotráfico e o terrorismo pode ser considerado traição?;, reagiu. ;E digo mais: ;como ministro da Defesa, eu iniciei a negociação desse acordo;. Eu me sinto muito honrado [por isso].;