Cerca de 120 imigrantes clandestinos provenientes do Iraque e do Afeganistão chegaram hoje (19/8) à Calábria, no sul da Itália, a bordo de um iate de luxo, para tentar evitar o severo controle da guarda-costeira, informaram fontes locais.
Dois ucranios foram detidos e acusados de tráfico de seres humanos. "Não era um barco pesqueiro, mas um iate de 15 metros", explicou à AFP um porta-voz da guarda.
Os imigrantes foram levados a um centro de alojamento perto da aldeia de Riace, não muito distante de onde desembarcaram, no sul da península. "Estamos dispostos a acolhê-los", declarou o prefeito de Riace, de 1,7 mil habitantes e que decidiu receber os imigrantes de numerosas nacionalidades para reativar a economia da zona. Riace já conta com 130 imigrantes de Etiopía, Somália, Gana e Palestina.
"Constatamos que os imigrantes, mais que um problema, se transformaram em solução", declarou o prefeito Domenico Lucano, conhecido pelas posições progressistas.
Segundo a guarda-costeira, os imigrantes clandestinos foram levados do iate à praia, em pequenas embarcações, para passar despercebidos - uma nova técnica empregada durante os meses do verão europeu, quando centenas de pessoas desfrutam das férias em barcos que circulam pelo Mediterrâneo.
No iate interceptado estavam 50 homens e 70 mulheres e crianças, a maioria de origem curda, residentes na Turquia.
Até o ano passado, a maioria desembarcava em botes nas ilhas da Sicília, mas depois de um controvertido acordo entre Líbia e Itália, assinado em 2009, o número de imigrantes teve redução de 90%, segundo o governo italiano.