A uruguaia Mónica Cristina Benaroyo, assassinada pela ditadura chilena de Augusto Pinochet (1973-1990), foi sepultada hoje (18/8) no Uruguai, 37 anos após o desaparecimento e depois que os restos mortais foram entregues esta semana pelo governo chileno.
"É um epílogo doloroso, mas ao mesmo tempo nos conforta, porque os restos mortais da uruguaia desaparecida no Chile podem agora descansar em paz", disse o secretário da presidência, Alberto Breccia.
O cadáver de Benaroyo foi encontrado em 16 de julho de 2008 em uma região desértica militar, localizada perto da cidade chilena de Arica, a 2 mil quilômetros ao norte de Santiago.
Um intenso trabalho forense permitiu a identificação do corpo, que estava decapitado e alterado por conta da ação do sal do deserto chileno.
Uruguaia, filha de diplomatas romenos, Benaroyo trabalhava na prefeitura de Arica em 1973 quando desapareceu, aos 48 anos.
Um golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet a levou presa em setembro desse ano, para expulsá-la do país. Segundo os dados da Comissão Para a Paz, é o único caso de uma uruguaia sem militância política a ser detida. Existem outros oito casos de uruguaios desaparecidos no Chile.
A ditadura uruguaia (1973-1985) deixou 38 desaparecidos no país, 182 na Argentina, oito no Chile, dois no Paraguai e um no Brasil, segundo dados da Comissão Para a Paz, criada em agosto de 2000 pela presidência uruguaia com o objetivo de analisar, classificar e compilar informação sobre os desaparecimentos forçados.