O prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, entrou na justiça hoje (18/8) contra o cardeal Juan Sandoval Íñiguez, segundo na hierarquia católica mexicana, que disse que o governo da capital subornou juízes para que aprovassem o casamento entre gays e a adoção por parte destes.
O prefeito de esquerda indicou em uma nota à imprensa que, com o processo, quer que Íñiguez "prove o que disse ou faça um pedido de desculpas público, se retrate, aceite que está mentindo e que o fundamento de suas declarações é a falsidade".
O processo "por danos morais" inclui o porta-voz da Arquidiocese do México, Hugo Valdemar.
"Que apresentem as provas (...) que sustentem suas afirmações de que os ministros foram subornados pelo chefe do Governo do Distrito Federal", acrescentou Ebrard.
"Não duvido que (os juízes) tenham recebido muito do (prefeito da capital, Marcelo) Ebrard. Receberam muito dos organismos internacionais", disse Íñiguez no domingo passado, depois que os ministros do Supremo Tribunal de Justiça ratificaram como constitucional o casamento homossexual alguns dias antes.
O Supremo Tribunal de Justiça manifestou na segunda-feira descontentamento com as declarações de Íñiguez com um "voto de censura", e os juízes aprovaram no mesmo dia a adoção por parte de casais gays.
A Promotoria Federal apresentou um recurso de inconstitucionalidade contra a lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a que permite a adoção por esses casais, aprovadas em dezembro pela Assembleia Legislativa da Cidade do México.