Brasília ; Sob sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas desde junho, o governo do Irã apelou nesta quarta-feira (18/8) para que a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) não se deixe influenciar pelas medidas impostas ao país. O embaixador iraniano na Aiea, Ali Asghar Soltanieh, disse que a expectativa é de que a agência não siga as resoluções aprovadas pela ONU, que ele classificou como ;erradas e hostis;.
As informações são da rede de televisão estatal do Irã, PressTV, e da agência oficial iraniana de notícias, Irna. Segundo o embaixador, as restrições impostas ao Irã atrapalham a relação do país com o restante do mundo. ;A Aiea deve contrariar as atitudes erradas e hostis, incluindo sanções e resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que comprometem a cooperação [do Irã com a comunidade internacional];, disse o diplomata.
De acordo com Soltanieh, o Irã mantém o mesmo espírito de ;boa vontade e transparência; em relação à Aiea. No entanto, os Estados Unidos e diversos países argumentam que peritos da agência enfrentam dificuldades para fiscalizar as usinas nucleares iranianas. As autoridades do Irã negam as acusações.
O embaixador afirmou ainda que o programa nuclear desenvolvido no Irã se baseia na interação com a Aiea. Segundo Soltanieh, o governo iraniano está ;completamente comprometido; com os acordos internacionais. Ele lembrou que o Irã apoia o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). De acordo com uma lei em vigência no país, as autoridades iranianas estão proibidas de atender às demandas que vão além do TNP.
Soltanieh reiterou a rejeição às acusações de parte da comunidade internacional de que há produção de armas atômicas no país. Paralelamente, o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (Oeia), Ali-Akbar Salehi, disse hoje que as restrições impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas não impedem o país de levar adiante o projeto de construção de usinas nucelares.
"A recente resolução do Conselho de Segurança não pode servir de base para [impedir] a construção de usinas de enriquecimento [de urânio]. O Irã agirá com base em seus direitos consagrados no TNP;, afirmou Salehi. Salehi classificou as restrições impostas pela ONU como ;abusivas; e ;ditadas por membros influentes; das Nações Unidas. Não mencionou nomes nem nacionalidades.