O ex-presidente da Itália Francesco Cossiga morreu hoje (17/8) aos 82 anos no hospital Gemelli de Roma, onde estava internado há uma semana por problemas cardíacos e respiratórios.
O estado de Cossiga se agravou durante a madrugada e ele morreu ao meio-dia, hora local, vítima de uma parada cardíaca.
Cossiga, um dos protagonistas da história recente da Itália, era um dos líderes mais representativos da outrora poderosa Democracia Cristã. Foi chefe de Governo em 1979, presidente do Senado em 1983 e presidente da República em 1985, por um mandato de sete anos.
Entre os políticos mais controversos da Itália, era ministro do Interior quando foi sequestrado pelos extremistas de esquerda das Brigadas Vermelhas o líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, em 1978, um dos momentos mais difíceis da carreira.
O sequestro terminou com a morte de Moro e Cossiga foi muito criticado, chegando inclusive a ser acusado de ter sacrificado o líder político.
Com a morte leva muitos mistérios dos chamados "anos de chumbo" da Itália, quando o terrorismo imperava e foram executados mais de 15 mil atentados entre 1969 e 1986.
A poucos meses do fim da presidência, em 1992, renunciou ao cargo depois de ter protagonizado uma série de controvérsias e polêmicas nos últimos dois anos de mandato por denúncias contra a classe política. Ele defendia um regime presidencialista e não parlamentarista, com reformas das instituições.