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Ban Ki-moon pede ajuda imediata

Um em cada 10 paquistaneses já sofre os efeitos das inundações provocadas pelas chuvas de moções. A pior catástrofe da história do país atingiu 20 milhões de pessoas e levou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, a realizar uma visita de solidariedade ao Paquistão. Ele desembarcou às 11h30 (3h30 em Brasília) na Base Aérea de Chakla, onde reuniu-se com o premiê, Yusuf Raza Gilani.

;Estou aqui para pedir à comunidade internacional que acelere a entrega de ajuda ao povo. Tentaremos mobilizar toda a ajuda necessária, e lembrem-se que o mundo inteiro está por trás do povo do Paquistão neste momento difícil;, declarou Ki-moon, dirigindo-se à população local. A ONU acredita serem necessários US$ 460 milhões para auxiliar os 6 milhões de vítimas mais vulneráveis. A visita do secretário-geral incluiu uma ida ao campo de refugiados em Multan, na província de Punjab, onde conversou e brincou com crianças.

;Esse é o pior desastre de que já ouvi falar. As chuvas fortes e enchentes deixaram milhões de desabrigados, mataram milhares de pessoas e ainda há milhões em perigo de contrair doenças;, afirmou ao Correio, pela internet, o assistente social Muhammad Alam, 22 anos, morador de Islamabad. ;Eu enviei dois carregamentos de donativos para as áreas afetadas e planejamos mandar mais ajuda nos próximos dias. O país inteiro está fazendo o que pode (pelas vítimas);, acrescentou Alam, que trabalha para a organização não governamental PehliMadad (;primeira ajuda;, em urdu). Ele agradeceu ao Brasil pelo repasse de US$ 700 mil, por meio do Programa Mundial de Alimentos da ONU. ;Mas precisamos de mais. Nossos irmãos e irmãs estão morrendo e temos de ajudá-los. A área inundada tem o dobro do tamanho do Reino Unido;, contou.

As autoridades revelam que 25% do país ; com cerca de 800 mil quilômetros quadrados ; foram atingidos pelas enchentes, que começaram primeiro no noroeste e logo se espalharam para as regiões mais ricas de Punjab (centro) e Sindh (sul). Entre 1,3 mil e 1,6 mil pessoas já morreram e 36 mil sofrem com diarreias agudas. Um primeiro caso de cólera foi registrado no Vale do Swat, no noroeste do país. (RC)