O Japão lembrou hoje (15/8) a rendição do país na Segunda Guerra Mundial sem a presença dos ministros no controverso santuário que homenageia os 2,5 milhões de soldados japoneses mortos em conflitos, entre eles 14 criminosos de guerra condenados pelos Aliados.
Pela primeira vez em 25 anos, nenhum ministro assistiu à cerimônia no santuário de Yasukuni. Os japoneses lembram o aniversário de 65 anos da derrota na guerra.
O primeiro-ministro Naoto Kan e o imperador Akihito, cujo pai se rendeu aos Aliados em 1945, participaram em uma cerimônia em Tóqui e reafirmaram o compromisso de que o Japão nunca mais entrará em uma guerra.
"Durante a guerra, o Japão infligiu danos e dores significativos a muitos países, especialmente aos povos dos países da Ásia", declarou Kan na cerimônia. "Lamento profundamente e expresso minhas sinceras condolências às vítimas e a suas famílias", completou.
"Aqui recordo nossa história e espero intensamente que as calamidades da guerra não voltem jamais", disse o imperador.
Líderes políticos europeus de ultradireita, entre eles o francês Jean-Marie Le Pen, visitaram no sábado o santuário de Yasukuni.
Questionado sobre a visita, Le Pen declarou na quinta-feira que não tinha "qualquer complexo". "Não me irrita honrar os antigos combatentes de um país adversário ou antigo inimigo. O criminoso de guerra não é uma especialidade dos vencidos. Também existem entre os vencedores", completou, em uma referência às bombas atômicas lançadas pelos americanos sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.